quarta-feira, 25 de junho de 2014

[RESENHA] Brilho (Em Busca de Um Novo Mundo #1) de Amy Kathleen Ryan

Editora: Geração Editorial
Páginas: 352
Publicação: 2012

O planeta Terra foi devastado pelos humanos que aqui viviam e acabou se extinguindo. Os remanescentes desde então vivem em duas grades naves, Empyrean e New Horizon que viajam a esmo no espaço sideral em busca de um novo planeta habitável, há aproximadamente 40 anos. Nesse novo sistema, os jovens devem se casar rapidamente para que procriem e perpetuem a espécie, independente de amarem ou não seu futuro companheiro. Porém, os habitantes da Horizon não estão conseguindo cumprir com tal missão e precisam desesperadamente de jovens para que sua taxa de natalidade tenha sucesso e sua população não colapse. Em virtude disso, eles resolvem invadir a nave-irmã em um ataque surpresa para levar de lá suas melhores jovens, afim de engravidá-las a força.

Conheceremos Waverly, uma garota de 15 anos que vive a bordo da Empyrean e faz parte da primeira geração concebida completamente no espaço. Ela é muito próxima de Kieran Alden, um jovem ao qual ela é muito amiga e que será o próximo capitão da nave, cargo maior nessa nova hierarquia de poder. Kieran logo lhe proporá casamento e, em virtude da forte pressão para que eles tenham filhos, Waverly resolve aceitar a proposta. Porém ela não se sente completa com tal situação, pois quer ter um pouco mais de liberdade para aproveitar sua vida e não ficar presa em um casamento. Diante disso, ela começa a se sentir atraída por outro tripulante, Seth, que também trabalha no nível organizacional. Ao sofrer um ataque repentino e violento da New Horizon, Waverly é levada à força, junto com outras jovens, para a segunda nave. É a partir daí que começará uma jornada de auto-conhecimento e que colorará a prova sua confiança em seus dois pretendentes e nas pessoas ao seu redor.

Brilho é o primeiro livro da trilogia distópica Em Busca do Mundo Perdido, que já tem seus três títulos lançados nos Estados Unidos. O plot principal gira em torno da nave Empyrean, em como eles organizaram a ordem, o governo, a alimentação, a moradia e a vida de seus tripulantes, bem como se dá a política dessa nova sociedade. A nave é dividida em várias áreas, com funções delimitadas, como agricultura, reciclagem, preparação de alimentos, segurança, etc. O romance gira em torno do triângulo amoroso criado pela autora. Waverly, Seth e Kieran são da nova geração, primeira que nasceu no espaço, e nunca tiveram contato com o planeta Terra. Para saber mais sobre, eles recorrem aos tripulantes mais antigos que usam de suas memórias e de alguns objetos para trazer recordações. 

A autora aborda temas bastante polêmicos ao longo do livro. Manipulação pela religião, abuso de poder, feminismo, escolha de uso do corpo pela mulher, dentre outros, são tratados dentro das histórias dos personagens principais. Gostei dessa abordagem e achei muito corajoso por parte da Amy falar sobre esses assuntos num livro dedicado ao público adolescente e jovem adulto. Há muitas reviravoltas na história. Waverly, após se tornar prisioneira, começará a enxergar as coisas de outro modo, do ponto de vista de quem está fora da nave Empyrean. Ela também terá uma arqui-inimiga que fará um contra-ponto em seu papel de heroína. Não posso falar mais sobre essa personagem, que tem papel fundamental na trama, por ser spoiler do que acontece na New Horizon. Mas recomendo que fiquem atentos a ela durante a leitura.

A psicologia dos personagens também é um ponto positivo no livro. A construção deles, bem como seus lados humanos, com defeitos claros e com o uso da famosa mudança repentina de personalidade, é bem claro. A sede pelo poder e os caminhos que são utilizados para se chegar a ele também é um plot usado pela autora. Os personagens de Seth e Kieran são bastante trabalhados nesse sentido.

Por ser o primeiro livro de uma série, ele é bastante introdutório, criando o universo da história e focando bastante na descrição dos cenários e na explicação da fisiologia das novas sociedades criadas. Isso torna a leitura um pouco mais parada nesses momentos, mas julgo ser útil e necessário para o entendimento desse e dos próximos livros da série. Confesso que não sou fã de histórias, tanto de livros como de filmes, que se passem no espaço sideral. Não sei muito bem o motivo, mas nunca me senti conectado a esse cenário. Talvez por isso que eu tenha demorado um pouco mais na leitura desse livro e não tenha me sentido conectado à história ou aos personagens. Vale destacar o trabalho da Geração Editorial na capa, que é repleta de detalhes com purpurina que remetem às estrelas, e no projeto gráfico do livro.



Recomendo a todos que gostem de distopias YA.

8 comentários:

  1. Olá Marcos!

    Eu também não sou fã desse tipo de livro que acontece nesse tipo de ambiente, mas até numa parte da sua resenha me interessou, mas provavelmente não entrará ainda na lista de desejados. Gostei dos assuntos que a autora aborda, não é aquele clichê que todo livro do gênero passa. Parabéns pela resenha bem construída.

    Abraço5
    Luke

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  2. Oi, Marcos
    Gosto de ler distopias. Esse livro parece ser interessante e trata de vários temas polêmicos. Também gosto de personagens bem trabalhados.
    Confesso que também tenho um pouco de dificuldade com o cenário do espaço sideral.

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  3. Gosto bastante de distopias, tenho muita curiosidade por esse livro. Principalmente pela capa e a diagramação interna que parece estar linda também. Adorei a trama parece ser bem legal, gostei do fato de saber que a autora ousou em colocar algumas características. Quero ver resenhas dos próximos livros! Mas ainda nem lançaram aqui, né?! Se tem uma coisa que odeio é esperar a continuação :( rs

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  4. Olá Marcos, tudo bem?
    Achei a proposta deste livro super interessante, e confesso que sempre li resenhas muito positivas sobre este livro e ele esta no topo da minha lista de desejados, e apesar de ser uma série com certeza vou querer ler e acompanhar!!

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  5. Oi Marcos, gostei muito da sua resenha, o livro parece ser super interessante, eu ainda não li nada do tipo, nenhum livro que se passasse no espaço, será que vou gostar? Eu quero ler Brilho, a capa é linda e o enredo do livro muito interessante.
    Beijos!!!!

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  6. Oi Marcos, gostei muito da sua resenha. Mas, como você, eu também não sou chegada em livros e nem filmes que se passem e naves espaciais. A sinopse até e interessou, bem como a capa que achei lindo, mas não sei se lerei esse livro. Mesmo porque é uma trilogia, e estou fugindo de trilogias no momento.

    Beijos!!

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  7. Já tinha ouvido falar sobre este livro, mas nunca me aprofundei em querer saber mais sobre ele. É primeira resenha que leio sobre ele, e confesso que achei interessante. Diferente em certo ponto de vista. Agora eu não o leria, até porque estou atolada de livro aqui em casa, mas pode ser que lá pelo final do ano surja a oportunidade.

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  8. Oi, Marcos, me abraça!

    Eu também nunca me senti conectado com essas histórias do espaço, mesmo Star Wars ou literatura. Mas eu sei o motivo kkk. Eu acho muito estranha a ideia de algum ser pensante no espaço ou algo assim, de que não estamos sós no Universo e tal. Nunca fui fã de Superman kkk. Me chamaram de preconceituoso quando expliquei isso uma vez =/

    Nossa, com certeza a autora é corajosa ao abordar alguns desses temas aí. Principalmente o motivo de levar as meninas da outra nave.

    Vixe, como assim engravidá-las à força? oO

    Parece um livro bem interessante. Gosto de personagens bens construídas. Eu não leria esse livro normalmente. A verdade é que a sua é a primeira resenha que leio dele. Chato é que é série e por aqui sempre demoram para lançar tudo, né.

    Abraço!

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